sábado, 18 de fevereiro de 2012

As Ilhas

Quando penso em ilhas penso em ilhas do Caribe, especificamente, em Los Roques.
Mar azul turquesa, todos os tons de azul, agua cristalina.

Nada para "ter" que fazer, apenas desfrutar do mar, mergulhar, fotografar, andar pela praia, descansar de tudo isso olhando o horizonte.
 Filosofar da vida, olhando todos os tons de azul e escutando o barulho das ondas.
Ahh, que beleza.
Uma ilha é um território isolado, pela natureza, rodeado de mar e com aquele céu por cima.

Se não tivesse as lanchas e barcos, nem aviões, nem outro tipo qualquer de embarcação, a natureza manteria as ilhas isoladas.

Nós, como indivíduos humanos, pertencemos à ilha da nossa espécie. A espécie humana é uma ilha.

Toda e qualquer espécie é uma ilha, em termos genéticos.

Cada uma das espécies da terra é uma ilha genética.

Tem toda a população daquela espécie, incluindo as raças que existem dessa espécie.
O cão ou cachorro (Canis lupus familiaris), por exemplo, é uma espécie que apresenta muitas raças diferentes, são tantas que foram divididas em 10 grupos e mais outro grupo para as raças ainda não reconhecidas pela FCI (Fédération Cynologique Internationale).
Contei, aproximadamente, 350 raças neste site de raças de cão (link com acesso a fotos).
É interessante destacar que, por ser da mesma espécie, é possível o cruzamento entre diferentes raças.


Apenas os indivíduos da mesma espécie conseguem se cruzar e ter descendentes viáveis (férteis).

Uma fêmea e um macho, da mesma espécie, iniciam sua aproximação com um ritual de corte, um namoro, que é a porta para a fêmea permitir o acasalamento. 
É uma barreira que existe para os que são de outras espécies. 
Lembra deste ritual ? (Clique nesse link). 
Esse ritual é uma coreografia belíssima, é o olhar, ajeitar uma pena da mesma forma,  passear juntos lado-a-lado, ele dá um presente para ela, que o aceita, começa um outro gesto sacudindo a agua que os dois fazem e, a seguir, um frente o outro, selam um "olho no olho" antes da cena mais surpreendente: caminhando sobre o lago ! uau. 
Esse ritual não é uma barreira qualquer, é a própria muralha da China,  intransponível, apenas um macho e uma fêmea dessa espécie conseguem completar todo o ritual, que é indispensável para que ocorra o acasalamento.

Além das barreiras comportamentais, tem as barreiras físicas. 
Cada espécie tem órgãos genitais, masculino e feminino, que se adaptam perfeitamente, mas, que são incompatíveis com os de outras espécies. 

Caso essas barreiras  venham a ser ultrapassadas, a natureza colocou outras a nível de óvulo e espermatozoide, e ainda, a nível celular com o número de cromossomas, que se não for igual evita a divisão celular, fazendo impossível o cruzamento com descendentes.

Existem exceções, no cruzamento de espécies bem próximas, como o leão e o tigre, ou entre o burro e a égua, neste caso os descendentes são estéreis.

O macho e a femea de cada especie é um verdadeiro sistema de chave e fechadura.

As "chaves" são o conjunto de características necessárias para chegar a ter descendentes viáveis, e incluem  o comportamento de corte e acasalamento, a morfologia dos órgãos sexuais, o número de cromossomas e  o genoma, entre outras coisas, que deve ser idêntico ao conjunto que a "fechadura" possui.

Todos essas barreiras naturais evitam o cruzamento entre espécies diferentes,  mantendo cada espécie como uma ilha genética.


Sempre foi assim. 
Até o dia em que o homem chegou a ter o profundo conhecimento que hoje lhe permite navegar entre as ilhas. 
Para a engenharia genética existe a possibilidade de transferir o que quiser, da ilha que quiser, para colocar onde bem entender.
Todos os atributos, toda e qualquer manifestação que exista num organismo vivo, seja animal, planta, bactéria, vírus, o que for, o homem pode, através de trabalhos de engenharia genética e seleção, colocar no ser vivo que ele quiser.

Pode ser feito 
o vírus mais letal, 
a rosa mais cheirosa,
 o grão mais nutritivo.

Assim como 
a rosa mais nutritiva, 
o grão mais letal,
 o vírus mais cheiroso.

Tudo que jamais existiu,
talvez tudo que já existiu.

Seres como os que tem
nos hieróglifos egipcios,
quase tudo é possível
seres jamais inventados.

A fase deste planeta,
vai receber a passarela,
Bio-arte dos OGM ,
sera nosso ato final.

As ilhas, as ilhas !
Equilibrio empurrado,
a criatura quer criar,
Para onde vai escapar ?

Todas as combinações são possíveis. Exigem trabalho e talvez o esforço não compense, ou algumas técnicas ainda tenham que ser desenvolvidas, mas, as especies, qualquer uma, pode ter um gene transferido para onde nunca jamais ele poderia chegar.

Os primeiros organismos geneticamente modificados foram espécies de plantas. 
O milho tinha várias pragas, lagartas, que comiam sua folhas.
Por outro lado, algumas lagartas morriam quando eram atacadas por uma bactéria (Bacillus thuringiensis)(Bt).
Pois bem, o que tinha na bactéria(Bt) que matava as lagartas ? Era uma toxina que paralisava o trato digestivo das lagartas. 
O que foi feito ? Foi transferido o gene, que estava na bactéria, responsável pela produção da toxina, para o milho.
O que aconteceu ? As folhas do milho transgênico (Bt) passaram a produzir a toxina e, quando as lagartas as comiam, ficavam intoxicadas e acabavam morrendo.
Nas plantas do milho(Bt) não há necessidade de aplicar agrotóxicos contra as lagartas.
Hoje, além do milho Bt, tem algodão Bt e soja Bt. Mas, se houver um interesse comercial, poderia ser feito com outras espécies.

Outro organismo modificado geneticamente (OGM) foi a soja. 
O plantio da soja transgênica, resistente a um determinado herbicida, é polêmica, mas, é cultivada comercialmente nos grandes países produtores dessa commodity agrícola. 
O gene que confere resistência ao herbicida foi obtido de uma bactéria.

Tem plantas de tabaco transgênico que receberam um gene de uma alga vermelha com a finalidade de produzir uma substância (GRFT) utilizada no combate à AIDS.

Tem outras plantas transgênicas, mas, vamos falar dos animais. 
Sim, claro, já tem animais transgênicos.
Vejam a foto desses porquinhos, nenhum deles esta pintado, o da esquerda é transgênico, ele tem um gene que é da Água-Viva e que o deixa fluorecente.
O gene que deixa os animais fluorecentes já foi transferido para outras espécies, porque pode ser utilizado como "marcador" fácil de ver. 
O "marcador" serve para detectar que ocorreu a transferencia de um outro, sendo comum a utilização de resistência a herbicidas, antibióticos ou outras substâncias que afetam a população que tem as células normais. 
O gene denominado GFT (Green Fluorescent Protein) é da medusa (Aequorea victoria).
No escuro o transgênico GFT brilha com uma tonalidade fluorecente, veja um exemplo:


Um animal transgênico que deve estar sendo consumido em vários países sem a identificação de ser transgênico é o salmão.
O salmão transgênico recebeu genes de outras espécies de peixes e com isso consegue crescer muito mais rápido que o salmão não transgênico. 
Veja imagem comparativa a seguir:


Tudo é possível.

O que segura é o interesse comercial. Mas, meu foco é outro. 
O tema é muito polêmico, muito delicado, e depois de ter colocado vou no que me interessa.

Querida leitora, tudo que esta escrito ai é verdade, salvo engano em algum detalhe e em algum outro ter simplificado a questão. 
Quero separar os fatos acima descritos, da minha opinião, a seguir.

Neste nosso Universo, que sabemos ter bilhões de trilhões de estrelas, sem exagero, é muito pouco provável que sejamos os mais espertos. (rsrs)
Se nós já estamos fazendo gatos fluorecentes, imagina o que faremos quando dominemos para valer a engenharia genética. 
A medicina e a alimentação vão ser alvos certos, como de fato já estão sendo. E depois ?
Temos homens numa estação espacial internacional, ir na lua depende de ter os incentivos adequados.

Fala-se em turismo espacial. 
Que acha da exploração mineral da lua
Lembra dos filmes de ficção com exploração mineral do solo marciano ?  

Que pobreza ! Já que estamos usando a imaginação, vamos misturar o nosso presente, o passado, com um futuro distante, apenas  ficção, como um relato semelhante que consta nos Registros Estelares do Terceiro Dan, diz assim: 
"A atmosfera de marte não era favorável, era inviável à manutenção de mulheres normais para a exploração mineral mecanizada.
A melhor solução foi fazer uma mulher transgênica, igual a nós, mas que tem resistência para sobreviver naquele planeta.
Em Marte não havia hominídeo que servisse de base, como aconteceu no planeta vizinho.
Diga-se de passagem, as análises do solo de Marte revelaram um tipo de bactérias que produzem uma toxina letal e na mulher transgênica foram incluídos genes que conferem resistência a essa toxina.
A femea transgênica que fizemos é rústica, ela consegue sobreviver em Marte, apesar do ambiente hostil da atmosfera marciana e dos eventuais vírus e bactérias que existem lá.
Fizemos também um macho transgênico, totalmente compatível com a femea,  uma vez que optamos por fazer um clone dela. 
O clone foi feito de células somáticas da costela e depois trocamos o cromossoma X por um cromossoma Y. Verificamos que tiveram descendentes viáveis.

Não houve dificuldade para superar traços de instintos animais, que normalmente ocorrem neste tipo de criaturas, uma vez que não foi utilizado um hominídeo como base. 
Temos a experiência da criatura feita num outro planeta deste mesmo sistema, onde os traços instintivos do hominídeo que foi modificado revelaram-se incontroláveis. 
Foi necessário eliminar algumas populações. É melhor cortar o mal antes que cresça e venha inviabilizar nossos empreendimentos.
Esta em andamento o Projeto do Grande Avatar, para superar os traços instintivos do hominídeo que serviu de base, esse é um defeito da origem dessas criaturas. 
Esse defeito original foi subestimado, os instintos animais comprometem a evolução das criaturas.

Voltando às criaturas para o empreendimento em Marte, elas possuem nossos genes, os cruzamentos são possíveis, mas, neste nível evolutivo não devemos nos cruzar com a raça deles pois ainda são muito primitivos.
Alias, ganhamos essa experiência com o que houve no planeta vizinho.
Aconteceu que entre os descendentes deles tinha algumas mulheres muito bonitas. 
Alguns de nós vieram a ter sexo com elas. Elas eram muito acessíveis por serem primitivas e nos considerar  deuses.
Foi uma imprudência ! Foram proibidos todo tipo de relações sexuais com elas. 
Eticamente é tolerada essa atitude com as criaturas, em outros planetas, mas neste caso verificamos que causou inconvenientes que podem comprometer o empreendimento.
Elas parecem demais com nós, mas não somos iguais.
Somos, basicamente, da mesma espécie e as mulheres ficaram grávidas, os filhos nasceram com vigor híbrido, uns verdadeiros gigantes..."

Cansei de inventar tanta coisa impossível   rsrs

Vou parar por aqui, obviamente, deixando algo para você meditar. 

Leia Gênesis 6.1 a 6.4

As traduções bíblicas são um tanto diferentes, isso me lembra de um livro que trata disso,  o autor é Bart D. Ehrman.
Esse autor, um Ph .D. em Teologia, especialista nos manuscritos antigos da Bíblia, conta a origem da Bíblia Vulgata, ou comum, que foi a tradução de Jerônimo escrita em latim, utilizando as versões que existiam em latim e comparando-as com manuscritos em grego, a pedido do Papa Dâmaso. 
Um tema para outra ocasião.




OBS>
Reservo os direitos autorais desta postagem, citar a fonte para publicação de todo ou parte dela.

rsrs significa "risos" (discretos) rsrs.


Coloquei "Criar" no sentido da palavra em espanhol "Crear". 
Posso estar errado para alguns, assim que explico o sentido.  
É o labirinto das palavras rsrs.  Vou deixar a grafia "criar" porque é, supostamente, a correta, de acordo com o artigo "Por que "Criar" e não "Crear"? " 
São apresentados argumentos nesse sentido no artigo "Criar e Crear" (são links, é só clicar).

Aqui entre nós, escrever às vezes é como pisar em ovos, de tanto detalhe que tem nossa língua, eu costumo adotar as grafias de uso mais comum no Brasil, o que significa deixar o texto cheio de ovos quebrados à vista dos olhares lusitanos rsrs.
O que não significa que não erre na grafia do português "brasileiro" rsrs. 
O bom é que é só imprimir e fazer um "omelete".

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